quarta-feira, 29 de agosto de 2012

NELO SUMMER CHALLENGE 2012


Um teaser dos organizadores.

E é já no próximo fim-de-semana que se realiza mais uma edição do NELO – SUMMER CHALLENGE, uma competição de surfski que faz parte do circuito mundial da Federação Internacional de Canoagem.- ICF SURFSKI WORLD SERIES.
A prova contará com um número recorde de quase 200 participantes de 30 países, fazendo desta prova a maior competição de surfski da Europa.
Estarão presentes especialistas da modalidade, como os australianos David Smith e Jacob Clear (campeões olímpicos em Londres 2012), o sul-africano David Mocke (#1 do ranking mundial) e Sean Rice (vencedor de duas taças do mundo em 2011) e os melhores atletas europeus.
Os especialistas vão enfrentar uma concorrência de mais de 50 atletas olímpicos, que vão tentar vencer nesta especialidade da canoagem, especialmente os mais experientes tal como o campeão olímpico de 1000 metros Eirik Larsen (Noruega), o campeão olímpico de 200 metros Ed McKeever (Grã-Bretanha) ou o vencedor de 2011, o australiano campeão olímpico de 2008, Ken Wallace, entre outros.
Desde 2ª feira que já se encontram vários atletas estrangeiros e nacionais a treinar em Vila do Conde com treinos diários de manhã e de tarde que fazem parte do programa oficial da competição.
No sábado (1 de Setembro pelas 15:30) temos a corrida oceânica em downwind, uma prova de 10 km em mar aberto a favor do vento. Com partida estilo “Le Mans” na praia da Azurara em Vila do Conde, os atletas seguem 2km na para Noroeste, virando depois a favor do vento até Labruge onde estará instalada a meta.

O vídeo com o percurso deste ano.
 No final desse dia teremos um jantar com cerimónia de entrega de prémios com um sorteio de vários itens, entre todos os participantes. A festa continuará com um DJ ao vivo para fechar o dia 1.

Largada da edição de 2011.
No dia Domingo é o torneio de Surf Life Saving. Se nunca viste uma competição, podes ver AQUI. Uma prova de 800 metros com início e fim na praia da Azurara. A partida é na praia com os atletas a correr para os barcos, remam 400 metros na direcção das bóias e regressam de novo à praia onde têm de voltar a correr para a linha de chegada também na areia.
Estão previstos prémios monetários para os 10 primeiros atletas da geral no valor de 25.000 euros.

domingo, 12 de agosto de 2012

VOLTAR A SUBIR PARA O SURFSKI - SUBIDA POR TRÁS


Existem 2 métodos. A subida por trás que vamos falar aqui e a subida lateral que podes ver nesta ligação.

De todos os elementos de segurança necessários, o conseguir voltar a subir para o surfski é, senão o mais importante, aquele que mais deves treinar, para que em condições extremas consigas voltar a sentar-te no teu surfski sem ajuda de ninguém.

Se não souberes voltar a subir para o surfski vais andar sempre em stress com ondas porque não sabes o que pode acontecer se te virares. É como não saber fazer esquimotagem e quereres fazer águas bravas ou kayak-polo, vais andar sempre mais preocupado com o poderes virar-te e sair do kayak do que com as descidas ou o jogo.

Para alguns canoístas voltar a subir para o surfski é quase inato e óbvia a forma como devemos fazer o movimento. Neste post vamos esmiuçar os detalhes para que todos consigam entender que os pormenores vão fazer muita diferença quando tiveres de voltar a subir para o surfski.

 Mesmo os canoístas que sabem voltar a subir para o surfski sem qualquer dificuldade devem ler este post e ter sempre presentes os movimentos básicos porque canoístas experientes, normalmente, só se viram em condições extremas (com muito vento e muitas ondas). 

Voltar a subir para o surfski em águas calmas é uma coisa, voltar a subir no meio do mar com ondas de 3 metros ou mais e ventos de 30 km hora é outra completamente diferente. Nessas condições, os detalhes vão fazer a diferença entre conseguir subir ou ficar a boiar agarrado ao surfski (se tiveres o leash).

SUBIDA POR TRÁS

1º PASSO
Colocar a pagaia atravessada (perpendicular) no surfski para dar alguma estabilidade. A pagaia fica junto ao finca-pés. Agarrar a pagaia e o foot-strap ao mesmo tempo. Em alguns surfski não consegues agarrar o foot-strap e a pagaia ao mesmo tempo por serem muito altos na zona do finca-pés. Nesses surfskis agarras a parte lateral do barco e com o polegar fazes pressão na pagaia e ela não se move.

Agarramos a pagaia à frente porque, se ficar ao lado do surfski, ao subirmos podemos ficar sentados com as pernas por cima da pagaia ou se a pagaia ficar de lado e não a agarrarmos, a onda provocada pela nossa impulsão (passo seguinte), pode afastar a pagaia do surfski e depois ficas sentado no surfski com a pagaia afastada do barco.
Pagaia atravessada na perpendicular e uma mão de cada lado.

2º PASSO
Movimento mais difícil: a impulsão. Estamos dentro de água e com a mão livre (a outra está a agarrar a pagaia e o foot-strap) vamos agarrar o surfski na parte lateral que está mais afastada de nós com o cotovelo junto ao assento do surfski. 
Puxamos o corpo para cima do surfski e mantemos as pernas à superfície da água para termos mais establidade. Nesta posição com o peito apoiado no surfski e as pernas à superfície, temos um centro de gravidade baixo, estável e confortável. O teu corpo fica perpendicular ao surfski, fazendo uma cruz.

As pernas ajudam na impulsão. O cotovelo dentro do surfski junto ao assento.

Pormenor das pernas à superfície para dar mais estabilidade. O corpo penpendicular ao surfski.

3º PASSO
Passamos a perna por cima do surfski (por trás do assento) e ficamos em cima do surfski. A outra mão vai também agarrar o foot-strap e lentamente (mantendo o centro de gravidade baixo) vamos puxar-nos para o assento. Quando estivermos com o rabo na zona do assento vamos levantar o tronco mas mantendo sempre a pagaia nas mãos e baixamos a pernas para dentro de água para darem estabilidade (funcionando como pêndulos).
Ficamos assim com as pernas na água, as mãos na pagaia e perfeitamente estáveis. Nesta posição basta colocarmos a pernas de novo no surfski e estamos prontos para voltar a remar.

Passar a perna por cima do surfski.

Pernas de lado e ao longo do surfski e mãos na pagaia. Nesta posição estamos estáveis.
Vamos puxar-nos (pelo foot-strap) para a posição correcta com o rabo na zona do assento.
Erguer o tronco com as mãos na pagaia. Pernas dentro de água para dar estabilidade. 


 


terça-feira, 7 de agosto de 2012

TERMOS TÉCNICOS EM INGLÊS - TRADUÇÃO PARA PORTUGUÊS



Este é o último post de um conjunto de 3 que te fornecem informação técnica sobre ondas e o vento e windguru. São necessários para depois podermos avançar para as aulas de surfski propriamente ditas.

Porque na internet existem muitos artigos em inglês sobre ondas e downwind com ótimos conselhos para melhorar a nossa técnica. Para os entender é preciso saber o significado de algumas palavras em português.

Downwind: andar a favor do vento
Crest: crista da onda
Trough: cava da onda
Wavelength: comprimento da onda
Wave height: altura da onda
Steepness: declive da onda
Frequency: frequência
Swell: ondas de cristas longas junto às margens oceânicas
Shallow water wave: ondas de águas baixas
Riplles: rídulas, ondas curtas formadas pela força dos ventos
Sea: zona de origem das ondas
Fetch: distânica em que o vento sopra na mesma direcção
Rogue waves: ondas traiçoeiras

O VENTO E O WINDGURU


Há 2 tipos de vento: o vento onshore e o offshore. O vento onshore sopra do mar para terra e o vento offshore sopra da terra para o mar. Por exemplo, na Póvoa do Varzim, um vento de Este é offshore e um vento de Oeste é onshore.

O vento onshore vai tornar o mar agitado e instável e não te vai parecer muito agradável para remar mas está a empurrar-te de volta para a costa, ao contrário do vento offshore que deixa o mar liso e calmo e a convidar a uma remada mas que te vai empurrar para longe da costa, por isso, essencialmente é preciso ter em conta que o vento offshore é o mais perigoso.

É muito importante ter sempre a noção de como está o vento, especialmente se for um vento offshore que te empurrará para longe da costa e por isso não te deves aventurar para muito longe se te estiveres a iniciar na modalidade ou a utilizar um surfski mais instável do que aquele que estás habituado porque pode ser muito difícil regressar para perto da costa.

Quem quer aproveitar as características do surfski e usá-lo em trajetos a favor do vento para aproveitar as condições de mar e de vento a seu favor tem no windguru uma aplicação indispensável. É importante saber quais as condições que vamos encontrar e onde devemos entrar e sair para fazer o melhor trajeto a favor do vento.

Neste post vamos falar um pouco sobre como interpretar toda a informação que o windguru nos fornece. Como já falámos aqui a intensidade e direção do vento influenciam a ondulação.

Na imagem podemos ver toda a informação que o windguru nos dá.



Velocidade do vento: Média da velocidade do vento em 10 minutos a 10 metros acima da superfície do mar. Normalmente ventos inferiores a 10 nós não têm força suficiente para levantar ondas que permitam surfar sem grande esforço. Ventos muito fortes (superiores a 25 nós) requerem alguma destreza, por isso, se ainda te estás a iniciar convém teres atenção redobrada e utilizares todo o equipamento de segurança indicado aqui.

Rajadas: velocidade dos ventos fortes e de curta duração.
Direção do Vento: Quando a seta aponta para baixo No vento sopra de Norte para Sul. Exemplo para vento Sudoeste:SWO vento predominante na costa Ocidental é de N (Norte) e na costa sul é de NW (Noroeste) o que provoca boas ondas para surfar nas duas costas, exceto nas baías protegidas, claro.

Ondulação: Altura significativa da vaga em metros: representa a altura média (da crista à cava) de um terço das maiores vagas no local. Tens que ter em conta o local onde queres entrar e sair da água. Se for uma praia protegida da vaga não tens problemas mas se a vaga entrar diretamente na praia convém teres algum cuidado co ondas de tamanha superior a 1,5 metros.

Período da Vaga: Período entre cristas em segundos. É o período das vagas dominantes, resultante do seu espectro de energia; podem ser "vagas de vento" geradas localmente (no caso de existirem fortes ventos locais) ou vagas marítimas geradas noutro local. Quando o período é pequeno (abaixo dos 10 segundo) as ondas têm menos energia mas é mais fácil surfá-las ao largo. Quando o período da vaga é superior a 10 segundos, a vaga desloca-se com mais energia mas se não houver vento (a criar ondaslocais) torna-se muito difícil surfar estas ondas.

Direção da Vaga: direção das vagas dominantes. Aplica-se a mesma interpretação da “direção do Vento”. 

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

ONDAS - CARACTERÍSTICAS, TIPOS E COMO SE FORMAM


Para melhor entendermos o padrão das ondas e melhor conseguirmos surfar as ondas, vamos precisar de conhecer um pouco as suas características e os tipos de ondas que podemos encontrar.

Porque no mar não existe uma trajectória única e perfeita para o nosso downwind, quanto mais nós soubermos sobre as várias ondas que podemos encontrar, mais fácil vai ser o posicionamento do nosso surfski na onda e a ligação entre ondas. 

CARACTERISTICAS DAS ONDAS

Uma onda ideal apresenta partes altas (cristas) e baixas (cavas).
Altura da onda (H): diferença de altitude entre cristas e cavas
Comprimento de onda (L): distância horizontal entre 2 pontos homólogos consecutivos (cristas ou cavas)
Declive da onda (H/L): relação entre comprimento e altura
Período (T) da onda: o tempo que demora a passar uma onda completa
Frequência (f): é o número de cristas ou de cavas que passa num dado ponto num minuto. É igual a 60/T.
Fig. 1 - Características das ondas orbitais



TIPOS DE ONDAS

ONDAS DE AGUAS PROFUNDAS
São as ondas que surfamos ao largo e aquelas que gostamos de fazer a ligação entre elas para ganhar mais velocidade e sermos mais rápidos que as próprias ondas. São ondas que ocorrem quando a profundidade é maior que metade do comprimento de ondas.
Não são afectadas pelos fundos oceânicos.
As órbitas circulares das partículas de água têm um diâmetro igual à altura da onda. Quando uma partícula está na crista da onda, move-se no mesmo sentido da propagação da energia. Quando está na cava, move-se no sentido inverso, ou seja na cava da onda vamos apanhar a àgua a mover-se no sentido contrário à nossa progressão.



Fig. 2 - Transmissão da energia do vento para as ondas

ONDAS DE ÁGUAS BAIXAS (shallow water waves). 
São as ondas que vamos apanhar ao nos aproximar-mos da costa. São ondas cuja profundidade é inferior a 1/20 do comprimento de onda. Incluem-se nesta categoria as ondas geradas pelo vento quando se aproximam da linha de costa. A sua velocidade aumenta com a profundidade. A movimentação das partículas em águas pouco profundas é uma órbita elíptica muito achatada que se aproxima da oscilação horizontal.





Fig. 3 - Modificações sofridas pelas ondas quando se aproximam das linhas de costa.

ONDAS DE TRANSIÇÃO
As ondas de transição acontecem quando a profundidade é inferior a metade do comprimento de onda mas maior que 1/20 do comprimento de onda. A sua velocidade é controlada em parte pelo comprimento de onda e em parte pela profundidade.

Fig. 4 - Ondas de água profundas, intermédias e pouco profundas

ONDAS CRIADAS PELOS VENTOS
São aqueles que mais nos interessam e para as quais os surfski foram criados.
Quando o vento sopra, as tensões por ele criadas (fig.5) deformam a superfície do oceano sob a forma de pequenas ondas com cristas arredondadas e cavas em forma de "V" e com comprimentos de onda muito curtos, inferiores a 1,74 cm. Chamam-se rídulas (ripples) e a tensão superficial da água tem tendência a destruí-las, restaurando a superfície lisa da água (fig. 6, parte esquerda).
Fig. 5 - Transmissão da energia do vento para as ondas

À medida que estas ondas se desenvolvem, a superfície do mar ganha um aspecto irregular, o que permite uma maior exposição ao vento e uma maior transferência da energia do vento para as águas. Quando essa energia aumenta desenvolvem-se ondas de gravidade. Estas têm comprimentos de onda superiores a 1,74 cm e uma forma sinusoidal (fig. 6, parte média). Uma vez que atingem uma maior altura, a gravidade torna-se a principal força de restauração da superfície, daí o nome de ondas de gravidade.
Se a energia que lhes é fornecida aumentar, a altura da onda aumenta mais do que o comprimento. Assim, as cristas tornam-se pontiagudas e as cavas arredondadas (fig. 6, direita).
Fig. 6 - Ondas de capilaridade e de gravidade

A energia do vento faz aumentar a altura, comprimento de onda e velocidade das ondas. Mas quando a velocidade das ondas iguala a dos ventos, já não é adicionada mais energia à onda, que atinge então a sua maior dimensão. A zona de origem das ondas (em inglês designa-se como "sea") é caracterizada por uma superfície eriçada por ondas de pequeno comprimento de onda, com ondas movendo-se em várias direções e com diferentes períodos e comprimentos de onda (fig. 6). Este facto deve-se à acentuada variação da direção e velocidade do vento.
Outros fatores que condicionam a energia das ondas são a duração do impulso do vento numa dada direção e fetch (distância em que o vento sopra na mesma direção).

SWELL
O sweel  são ondas de gravidade que não foram criadas pelo vento local
Quando as ondas se aproximam das margens oceânicas, onde a velocidade do vento diminui, elas podem viajar mais depressa que o vento. Nessa altura o declive da onda diminui e elas transformam-se em ondas com longas cristas designadas como “swell” (fig.7). O swell pode deslocar-se ao longo de grandes distâncias sem perda significativa de energia. Sistemas de ondulação originados na Antárctida foram encontrados a quebrar no Alasca, depois de viajar mais de 10.000 km. As ondas com maior comprimento de onda serão aquelas que viajam mais depressa, porque, em águas profundas, a velocidade é função do comprimento de onda.
Fig. 7 - Exemplo de Swell
PADRÕES DE INTERFERÊNCIA
Porque o swell de diversas tempestades coexiste no oceano, é inevitável que venham a colidir e interferir uns com os outros. Isso cria padrões de interferência. Trata-se da soma algébrica da movimentação que cada uma delas produziria de per si. Quando os sistemas de ondas de 2 áreas de origem colidem, o resultado pode ser construtivo, destrutivo, e mais frequentemente, misto.
A interferência construtiva acontece quando ondulações com o mesmo comprimento de onda se encontram em fase, o que significa que as cristas e as cavas coincidem. A onda resultante terá o mesmo comprimento de onda e uma altura que será a soma das alturas individuais (fig. 8, esquerda).
A interferência destrutiva acontece quando as cristas de um sistema coincidem com as cavas de outro. Se os sistemas de ondulação têm características semelhantes, a soma algébrica será zero, e a energia de um será cancelada pela do outro (fig. 8, centro).
Porém, é mais provável que haja ondas de diversos comprimentos e alturas em cada sistema e por isso, que se desenvolva uma interferência mista. É por isso que, os sistemas de ondulação que chegam à costa geralmente têm padrões irregulares com sequências de ondas altas e baixas (fig.8, direita).
Fig.8 - Padrões de Interferência

ONDAS LIVRES E ONDAS FORÇADAS
As ondas forçadas são mantidas pelo vento, de tal forma que as suas características estão adaptadas a ele.

Nas ondas livres a movimentação dá-se de acordo com os ventos na área de origem mas não existe uma força que as mantenha em movimento. Mesmo na área de origem, existe uma mistura entre ondas livres e forçadas. Além disso, dado que o vento é variável, há sempre vários sistemas de ondas criados em cada área de origem. 


ONDAS TRAIÇOEIRAS (Rogue Waves)
Uns dos mistérios do oceano são as causas das ondas traiçoeiras, ondas maciças que podem atingir o equivalente a 10 andares de altura (cerca de 30m!). Resultam de raras coincidências num comportamento normal das ondas.
No oceano aberto, uma onda em cada 23 terá mais do dobro da altura média. Uma em 1175 terá uma altura 3 vezes maior e uma em 300,000, quatro vezes maior.
Provavelmente elas são devidas a uma interferência construtiva extraordinária. São mais frequentes a sotamar de ilhas ou baixios e onde ondas de tempestade chocam contra fortes correntes marítimas. 



REBENTAÇÃO (Surf)
Quando a profundidade é inferior a 1/20 do comprimento de onda as ondas começam a comportar-se como ondas de pequena profundidade. A movimentação das partículas é muito retardada pela acção do fundo e existe um significativo transporte de água em direcção à linha de costa (fig. I).
O fundo marinho, a baixa profundidade, interfere com o movimento das partículas na base da onda, atrasando-a. Por isso, há uma espécie de compressão das cristas das ondas, o que reduz o respectivo comprimento de onda. Esse facto é compensado por um aumento da altura.
As cristas tornam-se estreitas e pontiagudas e as cavas tornam-se curvas largas, tal como nas ondas de alta energia do mar aberto. O aumento da altura acompanhado de diminuição do comprimento de onda aumenta o declive da onda (H/L). Quando este atinge 1/7, a onda quebra (fig. I).
A vaga mais vulgar é a vaga por derramamento (spilling breaker, fig. 9). Esta resulta de um declive relativamente suave do fundo, que extrai energia mais gradualmente da onda, produzindo uma massa turbulenta de ar e água que escorre na frente da onda em vez de encaracolar no topo.
Nas vagas em voluta a crista da onda adianta-se muito em relação à sua base e desaba por falta de apoio. Estas vagas em voluta formam-se em praias com um declive moderado (fig. 9).
Se o declive da praia e a altura da onda foram muito acentuados, a onda quebra sobre a forma de grandes rolos ou vagalhões (surging breakers, fig. 9). É o que acontece com as vagas de tempestade.
Fig .9 - Rebentação. Vagas por derramamento, voluta e rolo. 

REFRACÇÃO DAS ONDAS
As ondas começam a arquear-se e os comprimentos de onda a tornarem-se mais curtos quando os sistemas de ondulação "sentem o fundo" ao aproximar-se da linha de costa.
É raro que o ângulo de aproximação à praia seja exactamente 90°. Por isso, alguns sectores começarão a "sentir o fundo" mais cedo e atrasar-se-ão em relação ao resto da onda. Disso resulta uma curvatura da frente da onda que se designa como refracção da onda
Na figura 10, vemos como uma topografia de fundo irregular atrasa certas partes da onda que se aproxima da costa. 
A refracção distribui energia de uma forma desigual na praia. Se construirmos linhas perpendiculares à frente das ondas, e as espaçarmos de modo que a energia nesses sectores seja sempre igual, obtemos linhas ortogonais (fig. 10) que nos ajudam a compreender como a energia das vagas se distribui. As ortogonais convergem nos promontórios e divergem nas baías. Por isso a energia e a erosão será maior nos promontórios e mais dispersa nas baías, onde pode ocorrer acumulação de areias. A maior energia nos promontórios é demonstrada pela existência de ondas mais altas.
Fig.10 - Refracção das ondas

REFLEXÃO DAS ONDAS
Nem toda a energia das ondas é consumida quando elas esbarram contra a linha de costa. Uma parede vertical, tal como um molhe, pode reflectir a ondulação de volta para o oceano, com pouca perda de energia (fig. 11). A reflexão das ondas nas barreiras costeiras ocorre segundo um ângulo igual ao ângulo de incidência.



Fig.11 - Reflexão das ondas




















sexta-feira, 3 de agosto de 2012

NELO VIPER 55 SKI - DISPONIVEL PARA TESTE PORTIMÃO


Está disponível para teste na Marina de Portimão o novo surfski NELO Viper 55 Ski.Um surfski rápido, confortável e muito estável. Ótimo para que está a dar os primeiros passos.

O teste é gratuito mas é necessário informar hora e dia para verificar disponibilidade. 

Para já temos indicação que o surfski estará disponível para teste até ao Nelo Summer Challenge no dia 1 de Setembro.

O centro de treino de surfski da Marina de Portimão fica localizado na Fortaleza de Santa Catarina na Marina de Portimão (junto às Escolas de surf e mesmo ao lado da mercearia e das escadas de acesso à fortaleza) a 50 metros da praia.


Aproveitem porque o tempo passa depressa.