domingo, 2 de dezembro de 2012

TIM JACOBS - DRAGON RUN RACE REPORT PORTUGUES

Tim Jacobs atleta da NELO SKI TEAM e vencedor da DRAGON RUN 2012 escreveu um excelente artigo sobre a sua prestação na prova. No original AQUI.

Como é que te motivas para competir? A ver o teu irmão tornar-se Campeão do Mundo de Ironman, a treinar um atleta para o ouro Olímpico ou a dares tudo o que tens em todos os treinos em que estás longe da família. A Dragon Run 2012 foi tudo isto e ainda o facto de eu ser o campeão em título. Hong Kong, adoro. É muito diferente das praias a Norte de Sydney, tem muita cultura, é suja e sabe bem. E em Novembro organizam sempre uma grande competição.

Treinei duro para a prova deste ano. Tive de compensar o tempo que estive fora porque passei 3 meses e meio com o Murray Stewart nos Jogos Olímpicos e nos estágios de preparação. Estipulei um programa de treino e cumpri-o. Já pratico este desporto há muito tempo e sei como treinar o corpo e a mente e como puxar bem por eles! Cumpres isso e tudo o resto é fácil ou, na pior das hipóteses, consegues gerir o esforço.

Ondas pequenas, pouco vento, muito calor e muita competição foram os obstáculos que, este ano, tiveram de ser ultrapassados em Hong Kong.

Esta foi a minha primeira prova internacional desde o “The Doctor” de Janeiro que venci. Diz o ditado que “és tão bom como a tua última corrida!” mas no meu caso foi há muito tempo atrás.

Cheguei a Hong Kong na 5ª feira ao final da tarde para o que seria uma curta estadia de duas noites. Estava concentrado no que tinha para alcançar e uma estadia curta não me preocupou. São apenas 3 horas de diferença de casa, o mesmo ski NELO do ano passado, uma pagaia BRACSA com apenas uma semana, a mesma hidratação ELOAD. Sem preocupações!

As previsões para a prova não eram favoráveis para muita gente. Ia estar mais quente e mais calmo que no ano passado. Nada que eu não tenha treinado e competido antes. Estar preparado para todas as condições. Competimos no maior espaço aberto do planeta, estamos no exterior e no oceano. Como controlas qualquer um deles? Não consegues! Deves estar preparado para tudo.

Vi uma série de condições desfavoráveis e usei-as em meu benefício, sabendo que alguns adversários estavam aborrecidos por ter de competir assim. Uso isso como motivação para puxar um pouco mais.

Não tivemos grandes condições de downwind nem um dia ameno mas quando temos? O dia estava perfeito na mesma para competir e foi isso que fizemos.

Aqui queria estar na frente. Nas ondas do grupo da frente.    

Cory Hill venceu o hot-spot nos Nine Pins com alguma diferença para o resto do grupo da frente. Cheguei a Nine Pins em 6º e saí em 3º puxando em cada onda que conseguia encontrar. O próximo ponto de referência do percurso eram as Kissing Whales e não estava visível e fui “às cegas” durante alguns quilómetros porque não programei as coordenadas no meu Garmin. Fui com o Dawid [Mocke] enquanto ele perseguia o Cory [Hill] até ter o meu campo de visão. Assim que vi as Kissing Whales ajustei a minha trajectória e ganhei alguma vantagem que consegui aguentar. Não era uma grande vantagem porque a temperatura ainda estava a aquecer e faltava muito para o final. Com as condições que estavam foi fundamental manter-me bem hidratado para conseguir uma boa prestação. Tudo parecia fácil e eu tinha o controlo da prova sem ninguém por perto. Dei tudo, concentrei-me em fazer tudo bem feito porque os erros fazem-te perder a prova. Estar concentrado ajudou-me a descontrair e a não me preocupar com os adversários. È como levar umas palas nos olhos. É fácil quando vais sozinho na frente mas difícil quando vais taco-a-taco ou apenas a tentar manter a tua classificação.

A caminho da chegada.

A única vez que olhei à minha volta foi na viragem nas Kissing Whales a caminho da baía Stanley quando faltavam 5 km. Tinha uma vantagem de 400 metros. Quase que comecei a festejar ali. Mas não o fiz. Com 5 km para o fim ainda muita coisa pode acontecer, um problema com o leme, “rebentar” como se costuma dizer ou algum adversário vir de trás “a abrir”.

São 5 km longos e difíceis desde a viragem para a baía até à chegada na Stanley Sea Scholl. Eu mantive tudo, cadência, respiração e hidratação. Não queria desperdiçar a oportunidade de revalidar o meu título. Parece mesmo que estás a ser caçado porque toda a gente vem atrás de ti e está flat e é uma linha recta até à meta. Se mostrares algum sinal de fraqueza nos últimos 5 km os perseguidores vêm isso e ganham motivação. Por muito que me estivesse a custar eu não iria demonstrar isso. A possibilidade de voltar a vencer deu-me ânimo.  

Voltei a vencer. Matei o Dragão.

Os dados da corrida do meu Garmin. http://connect.garmin.com/activity/245046738

Matei o Dragão! Venci a Dragon Run dois anos consecutivos. O Grant Van Der Valt fez uma ponta final muito forte e terminou em 2º à frente do Hank McGregor e do Cory Hill que pelo segundo ano terminaram em 3º e 4º lugar, respectivamente.

Sim, estava calor e pouco vento e ondas mas esse era o dia da prova e estava um dia perfeito para competir nessas condições.

Para ver o vídeo da prova do Rambo sigam este link. http://vimeo.com/54179549

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